quarta-feira, 22 de agosto de 2007

solidão em grupo


Ás vezes nas minhas caminhadas solitárias, costumo levar a máquina fotográfica para poder registar alguma coisa " digna de registo ". Assim, um Domingo como tantos outros em que não se faz nada, quando passeava na marginal da Foz alguma coisa me chamou a atenção. A princípio julguei que fossem as flores coloridas de um canteiro, como muitos por aí.
Depressa me apercebi que o meu olhar se prendia a um banco de jardim em que estavam sentados alguns idosos. Pensei até que seria um pequeno grupo, não obstante achar um pouco estranho tanto silêncio. Então, disfarçadamente contornei o canteiro, passei juntos deles e a dura realidade estava ali. Ninguém se conhecia, estavam todos de olhar mortiço, uns a olhar o horizonte outros falando para si mesmos.
Meu Deus, que é isto? Que quadro aterrador. O que é feito da familia desta gente, se é que a têm, que deixam que isto aconteça?
Se por uma lado fiquei triste, por outro senti-me imensamente feliz, porque consegui dar todo o amor e todo o carinho a uma mãe que já partiu, mas que por certo levou com ela as melhores recordações. Foi estimada, acarinhada e nada lhe faltou, nem companhia.
Sem querer vi-me naquele cenário, uns bons anos mais à frente e senti um arrepio. O futuro a Deus pertence e aos homens também... Fugi dali o mais rápido possível, para não pensar mais no assunto e porque afinal ainda tenho pernas para andar e tenho de aproveitar toda a viagem.!

( Clica na imagem para a veres mais em pormenor, vale a pena)