terça-feira, 30 de outubro de 2007
beleza rara
estes corpos atirados para o nada
belos, inertes e invocando a vida
como máquina do tempo avariada
indefesos ?
poderosos?
e quem os vê assim não acredita
que tamanha beleza por si só
vai deixar partir quem por eles passa
ou prender o olhar por quem eles fica
porque a beleza das coisas, está na alma
de quem as reconhece ...
vida minha
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
quero tudo
na hora do costume
mulher só, não só mulher
domingo, 28 de outubro de 2007
o hoje
A noite foi passada no sofá, os filmes foram rodando, mas não me lembro nem um pouco de cada um deles, apenas um título, perfume de mulher.
Porque será?
Ás vezes fico tão triste, que se o mundo acabasse breve não ia ter pena nenhuma.
Tanto pra dar, ninguém pra receber.
Mas duma coisa tenho a certeza, a minha tristeza tem apenas a ver contigo.
Conheço-te à tantos anos e ás vezes pareces-me um desconhecido.
Tento fazer de tudo para te agradar, para te dar prazer, para te fazer feliz e sinto que não estou a conseguir.
Faz um favor a ti mesmo e a mim também, quando não quiseres ou não precisares mais de mim
avisa-me, vou compreender.
Talvez anseies da vida, algo diferente, mais inovador, mais "novo",mas tens de te decidir, afinal a idade também está a passar para ti.
E normalmente só damos valor ás coisas quando as perdemos de vez.
Ontem estavas esquisito, enfadonho até. Rejeitaste os meus carinhos, o cheiro do cigarro é que serviu de desculpa, enquanto falava contigo, não tiravas os olhos da televisaõ, disseste que tinhas sono, enfim, não percebi.
Era preferível que me tivesses dito: - Olha não venhas hoje, estou cansado, tenho de sair cedo, etc, etc.
Ainda por cima me dizes, que foi visita de médico.
E tem mais, escusavas de ficar inquieto quando recebeste uma mensagem. Afinal eu também recebo algumas e nunca me comportei assim. Se estou enganada, disfarçaste muito mal.
A sério, estou mesmo triste, triste mesmo.
Se entretanto leres este desabafo e quiseres falar comigo, diz-me.
Não tenho culpa de sentir ciumes quando alguma coisa vem de ti, por certo quer dizer alguma coisa.
E quando me mandaste a mensagem desejaste-me as melhoras, não estou doente, a minha doença és tu, por saber o que representas pra mim e por me fazeres sentir sem chão.
Gosto muito de ti, adoro-te mesmo, são coisas que a própria razão desconhece, porque se pensasse com a cabeça, nada disto faria sentido.
Tenho poucos motivos pra querer viver, aliás apenas três, tu és um deles.
Amo-te.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
fonte de inspiração
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
pintar
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
meu amor
assim sinto
tu que és o amor em perfeição
vem dar-me a tua mão
amor... és um espanto!
Vem!
tu és o trovão e o relampejar
dum raio feito no ar
amor... és um encanto!
Vem!
tu ninfa dum só dia
és o amor que eu não previa
vem amor dum só momento
Vem!
tu rosa de um jardim
e as pétalas que guardo em mim
vem amor enquanto é tempo
Vem!
és a areia dum só mar
a sereia esbelta a cantar
vem amor .. ver a agonia
Vem!
és a bruma do amanhecer
o crepúsculo do entardecer
vem amor ... mais um só dia
e fica... para sempre.
domingo, 21 de outubro de 2007
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
duração do amor
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
fábula do executivo
domingo, 14 de outubro de 2007
enxaqueca
novo drink
sábado, 13 de outubro de 2007
estacionamento
ausências
Quando os nossos corpos se tocam
E tu também ...
intimidade
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
stress traumatico
terça-feira, 9 de outubro de 2007
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
de mãos dadas
domingo, 7 de outubro de 2007
felicidade
regra geral
sábado, 6 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
adeus
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
in "Os amantes sem dinheiro" (1950)
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
sossega
Põe teu sangue com o meu. Larga-o no meu peito. Deixa-o correr. Ninguém precisa de mim. Deixa-o vir como ele vem. Ès o meu sangue. Dá-me a tua alma. Concorda comigo. Dorme comigo.
Precisa de mim. Deixa-te, larga-te, deixa-te vir.
Miguel Esteves Cardoso