quinta-feira, 22 de maio de 2008

até qualquer dia ... kika

Tudo nesta vida tem o seu fim, umas vezes feliz , outras vezes nem por isso.

É verdade ... a Kika deixou-nos. Depois de uma luta desenfreada contra a doença, nem todo o empenho e amor que nós lhe demos, nem todo o profissionalismo e dedicação de todo o pessoal médico e auxiliar que dela cuidou, possibilitaram que a Kika ficasse connosco mais tempo. Foram 13 anos de partilha e se por um lado lhe demos muito ela retribui-nos em dobro. Foi amiga, fiel, confidente e deixa um grande vazio nas nossa vidas.
Como todos os gatos era muito individualista, mas sabia quando estavamos tristes e sabia-nos mimar. Aninhava-se no nosso colo a ronronar, sim porque ela não sabia miar, o que a tornava ainda mais especial.
Quando por vezes estavamos mais distraidos, a Kika evidenciava a sua presença fazendo-se notar das mais diversas formas: sentava-se em cima dos livros abertos e não deixava a Inês estudar, deitava-se no meio do caminho enquanto eu cozinhava, o que obrigava a desviar-me para não a calcar. Deitava-se no "puff" do quarto do Tiago obrigando-o a ir jogar PS para outro lado.
Era e será sempre ... uma querida.
Custou-me muito mas fui vê-la uma última vez. Estava serena, imponente como sempre, uma verdadeira Lady. Sei que não sofreu, isso tranquiliza-me e sei que apesar de não ter estado junto a ela próximo do fim, ela partiu sabendo que eu gostava demais dela.
Fizemos tudo o que foi humanamento possivel mas .... só isso não chega.